30.12.04

Por Um Ano Novo de Verdade

Já que o Jorge puxou estes desejos de Ano Novo, mando os meus:

que o ano seja novo de verdade

novos erros
e prazeres

menos tédio e medo
mais coragem e esperança

menos trampo e mais campo
mais coração, mais emoção

(e o suficiente dinheiro na mão)

seja novo de verdade.
Novo. E de verdade.

Feliz 2005 pra todo mundo!

29.12.04

Um Rio Iluminado

Sei que o Rio tem famas, sei que os freqüentadores deste blog - em particular os paulistas - devem ter a imagem de uma cidade violenta e caótica.
E é verdade.
Mas em noites como esta que se aproxima, os cariocas se enchem de ternura pela sua maravilhosa cidade. As luzes sobre o mar e a lagoa, a brisa marítima que diminui o calor sufocante, o congraçamento branco que se produz nas ruas, tudo isto enche nossos olhos e reanima nossos corações.
Somos novamente, por algumas horas, o Rio do Hotel Glória e do Copa, sem deixarmos de ser Plataforma e os baixos. Somos, como no carnaval, uma cidade feliz.
E o Rio mostra, tranqüilo e soberano, todo o seu fascínio.
Neste encontro de montanha e mar, um espetáculo de beleza que vai muito além dos fogos.
Um espetáculo humano de alegria, de esperança, de fé.
Na mais bela moldura do mundo.

19.12.04

Um Natal Pagão e Cheio de Amor

Foi na década de 80. Estávamos intimidados por uma nova lei que ameaçava proibir os beijos públicos, os travestis eram assassinados nas ruas de Sampa, um deputado do PT havia sido preso por estar beijando outro homem dentro de seu carro. Era preciso fazer algo.
Foi a "passeata do pacote sexual" (outro nome para o pacote judiciario que acabava de ser baixado). Estávamos ali os anarquistas, a ala mais progressista do PT, os travestis, os curiosos. Atravessamos o centro até sermos barrados pelas viaturas, que no entanto não nos atacaram. A passeata terminou de forma pacífica, aplaudida pelos populares.
À noite, a festa. No antigo Teatro Mambembe, na r. do paraíso. Um natal pagão, com rock, reggae, salsa... e um beijo do porteiro na entrada. Os convites tinham uns anjinhos com cara de junkie e óculos escuros. Dançamos, cantamos, celebramos.
Naquele momento, aquela tribo de tribos parecia que iria durar para sempre.
Era Natal, era pagão, era cheio de alegria. De sensualidade. De generosidade, de luta.
E de amor.

11.12.04

Val na Área

Fomos visitados neste humilde blog pela Valéria Tarelho, que tem 10 poemas publicados no Livro da Tribo deste ano.
Consciencioso de minhas obrigações como faxineiro deste site, e cumprindo a grata função de ilustrá-lo (ou seja, adicionar visual a ele), boto aqui um destes poemas que é música nos ouvidos e tela na mente:

meu sonho alado
voa alto
desgovernado
quando caio na real
é pena
p r a t o d o l a d o
Valéria Tarelho