19.8.04

Muito prazer, ilou entrando na roda...

Por isso o nome do treco é Utopia...Além da fome, não trepar legal é também uma lástima. Mais do que isso: é um problema social. E acomete a ricos e pobres, embora a gente intua que a falta de grana tire mais o sono do que o seu excesso. O final do comentário da Jane ao meu poema lembrou meus idos de adolescente no final da década de 70, onde o legal era fazer poemas/letras engajadas, como faziam o Chico e Vandré, que eram cultuados. Eu gostava do Vinícius e a minha poesia de vez em quando levava um sacolejo de alguém "engajado". A palavra que foi criada, logo depois, para aquilo que não cabia no tal engajamento era "desbunde". Lembram disso? Gabeira foi visto de sunga de crochê na praia: desbundou!Aliás, esse fenômeno é mais antigo. W. Reich foi expulso do partido comunista, que achava suas idéias burguesas; ao mesmo tempo, era perseguido e acusado de ser comunista pelo sistema.Ele falava da importância de uma vida sexual saudável para os jovens adolescentes comunistas, ao mesmo tempo em que denunciava a moral sexual burguesa...Claro que não dá pra aceitar cocô de artista emoldurado como obra de arte, mas é importante não criar camisas de força com regras e ideologias. E ainda valeria lembrar os sentidos amplos das palavras "tesão" e "gozo", ambas transcendendo o contexto sexual. Tesão = garra, disposição; gozo = satisfação, prazer...


2 comentários:

Décio disse...

Benvindo na roda, Ildo (não vou precisar chamá-lo de senhor, certo?). Interessantes os vossos apontamentos. Em minha modesta opinião, espera-se que a companheira Jane interfira exatamente como o fez. Faltou-lhe qualificá-la como "patrulheira", coisa que já cuidamos de fazer.
O seu poema - e olhe que eu não sou destas coisas - falou por si.

Regina disse...

Entendi os seus argumentos, mas acho que não estamos falando da mesma coisa. Já faz muito tempo que a esquerda brasileira deixou de ter o poder de formar opinião sobre o que é ou não desbunde. O próprio Gabeira taí, um senhor sério e membro do status quo.
Meu argumento é simples e vem das necessidades das pessoas: quem tem fome ou teme por sua vida não vai encarar um orgasmo como questão de saúde.
Aliás, não é só comida e segurança: todos os direitos da Carta dos Direitos Humanos, quando não garantidos, tornam-se problemas de saúde. Você e a Pati podiam sugerir incluir o que vc chamou de "trepar" na Carta... mas eu questiono que isto seja mais importante que os outros pontos.